29.3.12

Meia-Noite


Como falei, o meu poema:






Meia-Noite


Roupas pretas, cabelo negro,
Rosto perfurados por alguns aços,
Corpo forjado para lançar-se contra muros de pedra,
Voz no timbre certo para assustar,
Pulseiras pretas e lisas,
Fone no ouvido e tocando rock,
Olhos negros como petróleo,
Sapatos estalando pelo chão seco,
Uma arma com cano grosso deslizando pela manga do sobretudo negro,
Um estampido rápido, porém alto, forte e audivelmente grosso,
Um projétil maciço e azulado voou no peito de uma criatura ,
Ela parecia com uma aranha, peluda e vários braços, no entanto era hominídea,
Sangue grosso e farto deslizou do único buraco na testa da criatura que caíra inerte,
Restos da cabeça da criatura jaziam na parede atrás dela e no chão,
Um rodopio nos calcanhares e um furacão nos cabelos negros até na cintura,
Os peitos balançaram rapidamente, grandes e fartos, no sutiã negro azulado,
A mulher saiu andando no meio das pessoas que estavam ali, como se não tivesse feito parte do que acabou de acontecer.
 (Antônio Jefferson)


No comments: